Realizou-se no início do mês do junho, na cidade do Porto, o seminário anual de transporte ferroviário promovido pela revista Transportes & Negócios.
Sob o tema o futuro do transporte de mercadorias, a IP, representada pelo gestor de unidade de Planeamento da Capacidade da DEP, Henrique Teles, apresentou o cenário das infraestruturas disponíveis para próxima década, com enfoque nos investimentos do Plano Ferrovia 2020, conjugado com os investimentos previstos de iniciativa privada ou das administrações portuárias, na melhoria das condições operacionais nos Terminais existente ou em novos Terminais.
A pedido da organização foi ainda apresentado um ponto da situação dos investimentos na Rede de Alta Velocidade (RVA).
O programa incluiu duas comunicações, uma da responsabilidade da IP e a outra da Plataforma Ferroviária Portuguesa (PFP) e ainda três mesas redondas com os seguintes temas:
- IP – "Infraestruturas Ferroviárias na próxima década";
- PFP – "Finalmente grandes investimentos na ferrovia em Portugal. E agora?";
- Mesa redonda 1 – "Ferrovia, uma questão de concorrência";
- Mesa Redonda 2 – "Corredores logísticos";
- Mesa redonda 3 – "Portos, Ferrovia e intermodalidade";
A associação PFP alertou para a necessidade de planear e gerir com cuidado e realismo o próximo pacote de investimentos, em função das recentes decisões de avançar com a Terceira Travessia do Tejo (TTT) e com a Ligação de AV Lisboa – Madrid.
Na mesa redonda 1, foi realçada a necessidade de o Estado disponibilizar apoios aos Operadores Ferroviários que permitam equilibrar os benefícios que o modo rodoviário já dispõe, sob pena de o transporte ferroviário se tornar cada vez menos competitivo e não ser possível atingir as metas de transferência modal estabelecidas no Pacto Ecológico Europeu. Foi ainda partilhada a preocupação com a incoerência entre o discurso dos responsáveis, que é favorável ao apoio ao modo ferroviário, com as medidas concretas que muita vezes se traduzem no acentuar do desequilíbrio concorrencial face ao modo rodoviário.
Na mesa redonda 2, foi realçada a necessidade de os corredores logísticos internacionais, via Linha do Minho, via Linha da Beira Alta e via Corredor Internacional Sul disponibilizarem maior capacidade (comprimentos de linhas para 750m e canais horários) que permitam aos Operadores Logísticos integrarem a custos competitivos e em condições operacionais fiáveis, o modo ferroviário nas cadeias logísticas de abastecimento.
Na mesa redonda 3, foi realçada a decisão de todas as Administrações Portuárias estarem a investir na melhoria das suas infraestruturas ferroviárias, reconhecendo a importância vital do modo ferroviário para o escoamentos do tráfegos gerados nos portos e para o aumento do seu hinterland na península ibérica.